terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Dom Pinto da Costa de La Mancha

Pinto da Costa, é Dom Quixote; os "Gato Fedorento" (GF) são os moínhos de vento. E tal como na obra de Cervantes, o ataque de Pinto da Costa sobre os GF, através de (mais) um processo por difamação, está condenado ao fracasso. Por várias ordens de razões:
- porque os membros do GF fazem parte de uma área da sociedade que ocupa um plano moral mais elevado: 3 são adeptos do Clube do Regime, o restante é adepto do SCP;
- porque o GF é um grupo dito humorísta, e qualquer tentativa de lutar contra isso pode ser visto como uma forma de censura, inaceitável num Estado de Direito;
- porque ao escarnecerem dos nossos políticos e de outras figuras do nosso quotidiano, sempre de forma muito consensual, granjearam junto do português comum um enorme capital de simpatia;

Estes são os factos. Mas estará Pinto da Costa assim tão equivocado? Será que o Humor deve ter limites? Não ... e sim. Para mim o humor, enquanto parte da nossa vida em comunidade, não tendo outro uso, é uma arma e deve ser uma forma crítica aos aspectos menos bons da Sociedade, logo livre de qualquer constrangimento. O Herman José fê-lo ao parodiar a Igreja. Os GF fazem-no ao parodiarem o Pinto da Costa. Mas, e as motivações? Haverá algo que move o Herman José encarniçadamente contra a Igreja? É possível, mas pouco provável. O mesmo não se pode dizer relativamente aos GF, que constantemente - parcos nestes dias em melhores ideias - se divertem a malhar no Pinto da Costa, procurando sob a capa do "humor" (de sarjeta), disseminar uma "verdade" que lhes é conveniente. Se o Herman José não tinha uma agenda, mais do que criticar a sociedade em geral - e o Porto e o Pinto da Costa, assim como outros clubes e seus presidentes, foram alvos do Herman, mas sempre dentro dos limites da decência - e divertir-se com isso, os GF procuram claramente atacar o Pinto da Costa por motivos meramente pessoais/clubísticos. E pelas razões atrás expostas, ninguém se atreve a criticá-los porque até "dizem a verdade", diluíndo-se assim a fronteira entre o que é real e o que é fantasiado. Já não vivemos numa Democracia, mas numa "gatocracia", onde 4 indivíduos que vivem à sombra de glórias passadas, se entretêm a tecer comentários injuriosos e dar largas aos seus ódios pessoais, num eterno ping-pong entre a Verdade e a Fantasia, em que a bola está lá ou cá como lhes dá mais jeito. Em tribunal dirão que é apenas "comédia", e que o Pinto da Costa não tem sentido de humor, mas entreparedes a conversa é nitidamente outra.

Como se sentiria o cidadão comum se fosse acusado, por exemplo, de roubar num supermercado? E que fosse dado como inocente por um juíz num tribunal? E que apesar disso, fosse constantemente vítima de chacota, e de insinuações maldosas sob um disfarce cómico? Os tribunais pronunciaram-se, mas certas inteligências continuam a achar-se acima dos juízes, num ilimitado altar de superioridade moral, acusando e levantando suspeitas, mas sempre "a brincar". Chame-se-lhe o que se quiser, mas não é Humor.

2 comentários:

  1. Completamente de acordo e digo mais, os fedorentos para além de tudo, são intelectualmente desonestos. Sendo Vieira um manancial de humor, alguém que numa simples frase, dá três calinadas, porque não parodiam os fedorentos o Vieira, ou o Jesus, outro fenómeno nas calinadas? Meu caro Jorge, quando nas eleições, políticos se prestam ao papel de ir ao beija mão desses rascas, está tudo dito.

    Um abraço

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