quarta-feira, 12 de maio de 2010

Uma época para não esquecer III

Revistas as (determinantes) falhas internas, há também que olhar para os factores externos, que condicionaram o desempenho da equipa. Quanto a isso, há uma verdade que se ergue acima de todas as outras: se o Clube do Regime não tivesse qualquer tipo de influência sobre a estrutura que gere a Arbitragem, não dava de forma tão descontraída o seu apoio a Fernando Gomes, e à sua candidatura à presidência da Liga. E no limite, só dá esse apoio, na certeza de que a Arbitragem não fica mais sob a alçada da Liga, pelo que o "poder" estará nas mãos da Federação, e de quem a controlar.

Estas discussões sobre quem é pior, assemelham-se muito a aquelas disputas sobre quem mija mais longe. O Bruno Alves não é exemplo para ninguém, e tivesse sido expulso mais vezes do que foi até hoje, isso só lhe teria feito bem. Porém, o Bruno Alves, fonte de "inspiração" para qualquer humorista digno desse nome, i.e. que caia nas boas graças da "nação encarnada", mau e/ou estúpido, "tem a seu favor" o facto de ser bom naquilo que faz. Seja o pontapé que deu no Sougou, no Porto x Académica da primeira volta, a cotovelada que deu num jogador do Paços, no Porto x Paços de Ferreira, ou as pancadas que deu no Cardozo e Kardec na final da Taça da Liga, fê-lo de forma minimamente dissimulada, de forma a que tenhamos que colocar a hipótese de nenhum dos árbitros o ter efectivamente testemunhado. Por outro lado, o "bom gigante" Luisão, foi pelo menos em 3 ocasiões apanhado em flagrante, pelo que é inegável que os árbitros viram o que fez. Mas ficaram-se apenas pelo cartão amarelo(!). Torna-se pois natural que tantos e tantos jogadores tenham sido expulsos em jogos frente ao Clube do Regime, porque erradamente acreditam que se "eles podem bater, eu também posso".

E o Hulk? Bom, eu acredito que da forma que o Porto jogou até à lesão do Varela, estivesse ou não o Hulk castigado, o resultado ia ser o mesmo. O Porto não jogou o suficiente para ser campeão. Houve a dada altura uma fase em que a equipa pareceu entrar nos eixos, mesmo sem o Hulk, mas a derrota em Alvalade - ainda hoje por explicar - deitou tudo a perder. No entanto, a influência dos túneis não se fica por aqui. Porque se o Hulk poderia não ser suficiente para o Porto chegar ao 1º lugar, tal não significa que o Braga com o Vandinho, não o conseguisse. Equivale isto a dizer que a época correu muito, mas mesmo muito bem ao Clube do Regime. E "sortes" destas (e pernas partidas) não aparecem todos os anos ...

Como é apanágio daquelas gentes, uma andorinha faz a primavera, e vencido um campeonato em que o 2º classificado só por acaso não ficou à frente, já se fala à boca cheia em vencer a "Champions Liga" - esta troca de nomes pode dar jeito quando a coisa der para o torto: «eu falei em vencer a "Champions (ou Champignons?) Liga" e não a "Champions League"» - quando não se consegue evitar dar um "jeitinho" na equipa antes de um embate com o Liverpool, e como se tal desiderato dependesse apenas da vontade - pelo que se depreende que este ano, pura e simplesmente, não apeteceu ao Barcelona ganhar.

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