Uma época para não esquecer

Pode discutir-se o peso que tiveram os túneis ou as arbitragens no desfecho do campeonato, mas o facto é que o Porto, esta época, não conseguiu melhor que o 3º lugar, porque não fez aquilo que lhe competia. Assim, por mais relevantes que sejam os factores externos, o Porto só tem de queixar-se de si próprio. Disso, e das amigas do Pinto da Costa: sempre que se "apaixona", são os resultados desportivos que sofrem.

A SAD, é assim a principal responsável pelos resultados conseguidos esta época. Percebe-se agora que os muitos milhões gastos com o plantel, foram essencialmente desperdiçados, na medida em que nem para assegurar a participação na LC este chegou.

Há também o episódio do túnel, que a todos os níveis configura aquilo que
vulgarmente se chama uma "cagada":
- tendo já havido problemas na época anterior (que coincide com a chegada de Rui Costa ao seu actual cargo ...) porque não foram tomadas previdências para evitar que se repetissem?
- a juntar a esses incidentes, já esta época tinham ocorrido problemas nos túneis, envolvendo o Clube do Regime, em jogos contra o Braga e Nacional, o que não foi suficiente para deixar de sobreaviso os responsáveis da SAD...

De novo, tal como acontecera com o caso "Apito Dourado", a SAD do Porto limitou-se a reagir, ao invés de antecipar hipotéticas complicações.

No que toca ao plantel, pessoalmente, julgo que tem (ou tinha) qualidade suficiente para mais, mas apenas se estivesse nas mãos de alguém que soubesse realizar esse potencial - o que nos leva à questão do treinador. Jesualdo Ferreira, é um profissional competente, mas o seu estilo, a sua formação, não se adequam ao Porto. Faltou à equipa, em muitas alturas neste últimos 4 anos, a garra que ele demonstrou nos últimos dois jogos (em que, coincidência ou não, foi expulso). É bom lembrar, que foi ainda com o Hulk, que o Porto realizou exibições vergonhosas na Madeira, frente ao Marítimo, e empatou com o Belenenses em casa; sem o Hulk, empatou duas vezes com o Paços de Ferreira - questões de arbitragem à parte, o Porto tinha obrigação de fazer mais. Bastaria ao Porto ter vencido todos os jogos em casa, e poderia ter lutado, senão pelo título, pelo menos pelo acesso à LC até à última jornada.