quarta-feira, 12 de maio de 2010

Uma época para não esquecer II

Um dos pecados capitais de Jesualdo Ferreira, para além da já muito batida questão de não ter sabido/conseguido construir uma equipa sem Lucho (principalmente), foi o excessivo temor aos adversários. É um lirismo, mas ninguém critica um treinador por perder, quando fez tudo para vencer. Depois do (e durante o) confronto com o Man Utd, na época passada, acreditei que o Jesualdo tivesse vencido os seus próprios fantasmas, e a ideia de "cagarola" que muitos Portista têm dele, tivesse os dias contados. Puro engano, na medida em que esse medo que os adversários facilmente lhe incutem, passou a ser incutido até pelo Braga, pura e simplesmente porque aquando do primeiro confronto com o Porto, aquela equipa ocupava o primeiro lugar. E quando chegou a altura de defrontar o Clube do Regime, em Lisboa, Jesualdo, perfeitamente esmagado pelas "goleadas" encarnadas, não abdicou de fazer alinhar uma equipa com 3 três trincos. Em duas jornadas decisivas, o treinador passou aos seus jogadores, um sentimento de dúvida e medo. Os resultados foram o que se sabe.

Em paralelo com estes dois episódios, há também um facto que me parece relevante no (decepcionante) desempenho de um jogador (teoricamente) fulcral para a equipa, Belluschi. Coincidência ou não, na jornada anterior aos dois jogos decisivos (de um ponto de vista anímico, pelo menos), referidos atrás, Belluschi foi titular e o Porto venceu tranquilamente. Pergunto: que efeito terá num jogador, ver-se relegado repetidamente para o banco, em jogos importantes, por troca com um companheiro com poucos ou nenhuns minutos de jogo até então?

De novo, eu considero o Jesualdo um treinador competente, fiável na maioria das situações, mas são estes pequenos detalhes que deitam tudo a perder. E o tempo das vitórias na liga, com vários pontos de avanço sobre os adversários acabaram, pelo que as vitórias, parece, vão decidir-se nos detalhes, e assim, não é possível manter um treinador que não lhes dá grande atenção.

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