Vuvuzelada V

Como era expectável, ficou a sensação de que a Espanha estava ao nosso alcance. É verdade que a estratégia de Portugal foi menos ambiciosa, e portanto, menos arriscada. Mas uma vitória por 1-0, não seria um escândalo. E para quem enfrentou a campeã europeia com apenas 8 futebolistas e 3 nulidades, nem o resultado nem a exibição foram maus, e a tal vitória esteve perto.

A nulidade-mor foi o sempre badalado Cristiano Reinaldo, que contra todas as expectativas, passou ao lado do jogo. Poder-se-ia dizer que lhe faltou apoio ou colaboração dos colegas, mas quando a dada altura chamou a si a responsabilidade de marcar um livre, ao que tudo indica, a ser marcado pelo Simulão, "selou o seu destino". Simulão esse, que como muitos outros jogadores, só vai à selecção por 2 motivos: porque jogou num certo clube, e porque actualmente joga no estrangeiro. Aliás, parece ser esse o principal critério que guia as convocatórias. Caso contrário, não se entende a presença do Ricardo Costa no lote dos "melhores jogadores portugueses". Ricardo Costa que, passou o jogo a agredir - assim mesmo - o David Villa, com empurrões, cotovelas e pontapés, num clima de vergonhoso de provocação, a que o jogador espanhol soube ser superior. Para rematar em beleza, o idiota acabou expulso num lance de "fita": bem feito. A selecção iniciaria o apuramento para o próximo Euro, mais forte sem estes 3 empecilhos. Haja um seleccionador que tenha coragem de os excluir.

O verdadeiro flop

A liga portuguesa está mais pobre. E numa liga em que nem sempre o futebol é o elemento fundamental, essa pobreza não deriva necessariamente da partida de um grande futebolista. Perdeu-se sim mais um palhaço, nesse animado circo que é o futebol português. Normalmente estou a borrifar-me para as transferências do Clube do Regime, dado que a maior parte delas fazem apenas parte de um mundo de fantasia, mas como esta é real, abro uma excepção, para falar desse grande negócio que é a transferência do Dí Maria para o Real Madrid. Ou do magnífico barrete que enfiaram. Mais de 10 milhões por um jogador com 0 minutos de Liga dos Campeões, e uma prestação (até aqui) no mínimo inócua no Mundial, é barrete. Nestas alturas vem sempre à baila o Quaresma. Pois, mas o Quaresma, jogou e muito na Liga dos Campeões e marcou golos. Que "medalhas" tem o Dí Maria para mostrar ...? Em todo o caso, o barrete de uns, é a sorte de grande de outros. Daqui a um ano, certamente voltaremos a ver por cá o pobre Dí Maria, depois de uma temporada na equipa B, triste com a falta de oportunidades que o Real lhe deu (ou dará) para mostrar o seu valor.

Vuvuzelada IV

O resultado jogo de amanha determinará, quem, de entre Portugal e Brasil, ficará no primeiro lugar do grupo. Partindo do princípio de que os responsáveis da Selecção, estao de facto apostados em vencer a competição, essa classificação e a possível escapatória a um confronto com a Espanha, são irrelevantes. Se a intenção é vencer, nao há porque fugir a confrontos. Tenho algumas dúvidas de que vencer a final, seja um objectivo totalmente viável, mas o facto é que a França já "foi de vela virada", e a esta hora, a Itália vai pelo mesmo caminho.

Vuvuzelada III

E o inesperado acontece. Quando se esperava um jogo complicado, em que uma vitória por 2 golos de diferença, seria uma alegria, somos brindados com um resultado de hóquei em patins. E os medíocres que aqui critiquei foram os maiores responsáveis pelo feito. Espero que continuem a surpreender contra os eternos favoritos, que desfalcados do seu cérebro, deverão ser (ainda) mais fáceis de bater.´

E espero que a partir de ontem apareçam verdadeiros interessados em levar o Raúl Meireles, que como se pôde comprovar, se andou a guardar durante toda a época para o Mundial. É um jogador admirável (quando quer), mas que não tem muito mais a fazer no Porto.

Vuvuzelada II

Estou convicto que Portugal não passa à fase seguinte do Mundial. Vamos, provavelmente, acabar a fase de grupos com 4 pontos - os mesmos da Costa do Marfim - mas em desvantagem na diferença de golos. Isto, partindo do princípio de que conseguimos vencer a Coreia do Norte. Com o Brasil não vale a pena contar - e devíamos? - porque até a passo são melhores que Portugal (ou a Costa do Marfim), e é natural que, por razões históricas, joguem com mais arreganho contra nós.

Exceptuando o Cristiano Reinaldo, Portugal tem apenas um conjunto de jogadores razoáveis, que cobrem de ridículo as campanhas bacocas dos "feelings" e delírios de vitória no Mundial. A juntar a isso, o treinador é fraco - bem intencionado, mas fraco - e fez uma má convocatória. E sim, eu sei que nesta fase, é fácil falar. O critério que excluiu o Nuno Assis e o João Moutinho da convocatória, foi permissivo na inclusão do Pepe, Tiago e Rúben Amorim, que por uma razão ou outra, não têm lugar na Selecção: o Pepe só foi à África do Sul, por uma questão de espírito de grupo, mas perante a exibição frente à Costa do Marfim, e as declarações no final da partida, estar lá e não estar, vai dar ao mesmo; o Tiago é um jogador banal, que só é convocado porque joga no estrangeiro; e o Rúben Amorim, esse predestinado que se estreia pela Selecção num Mundial (há maior prova de qualidade?), e que não é sequer titular indiscutível no seu clube, só foi convocado precisamente por pertencer a esse mesmo clube. A juntar a isso, Liedson e Hugo Almeida, só foram convocados devido à falta de alternativas - o que não abona muito em favor da sua qualidade.

Vuvuzelada

Como que por magia, qualquer desconfiança que pudesse haver sobre o desempenho da Selecção no Mundial, esfumou-se, agora que o inimitável Rúbem Amorim foi integrado no lote de convocados! Ufa, que alívio! E a forma simples e fácil, como o Rúben se integrou, ele que nunca tinha feito um jogo pela Selecção, só atesta a sua qualidade. Agora é que ninguém nos pára!